segunda-feira, 26 de março de 2012

Filho de professora assassinada é encontrado na casa da avó em Olinda

O filho desaparecido da professora Izaelma Cavalcante, de 36 anos, assassinada em dezembro de 2011, em Olinda, foi encontrado na noite de domingo (25) na casa da avó paterna, também na cidade histórica. O pai da criança e ex-marido da vítima, um policial civil, que é o suspeito de ter assassinado a mulher e desaparecido com o filho do casal, está foragido. A mãe e a irmã da professora já haviam tido um contato com o menino, na última segunda-feira (19), mas só no domingo a polícia foi chamada.
De acordo com a avó materna, Antônia Cavalcante Vieira, a criança estaria morando no local há um mês e que só descobriu onde o menino estava quando um dos tios teria ligado para marcar um encontro. “Ele ligou, disse que queria falar, que queria uma guarda compartilhada. Abracei, beijei. Ele não está bem, me empurrou. [...] Ele disse: ‘pelo menos você está viva’. Imagina uma criança com cinco anos falar isso. A cabecinha dele está amadurecida precoce", contou.

No domingo, houve um segundo encontro entre as famílias. Uma das tias maternas, Luciana Cavalcante Dias, contou que as visitas eram sempre vigiadas e que ela e a mãe tinham um plano para levar a criança. “A gente passou uma hora dentro da casa e veio para a área de fora, foi quando eu percebi que a viatura estava parada. A gente pegou a criança e veio saindo. Aí o tio estava acocorado no chão, e a sobrinha cochichou que a viatura já estava aqui. Já estava do lado de fora com a criança e ele me empurrou e agarrou a criança”, falou.

 
 
 
Policiais militares que estavam no local presenciaram toda a confusão e cercaram a casa durante toda a noite. A polícia também acreditava que o pai da criança poderia estar na residência. A criança voltou para a casa da família paterna e os agentes chegaram a tentar um acordo, mas não conseguiram. Por volta das 23h, o delegado da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), Geraldo da Costa, chegou trazendo o mandado de busca e apreensão da criança. Entretanto, o documento, de acordo com a Justiça, só pode ser executado no horário entre 6h e 18h.

Na manhã desta segunda-feira (26), os policiais cumpriram o mandado de forma pacífica. A criança foi levada para a GPCA de Paulista. Os policiais entraram na casa, depois de negociar com a família, e verificaram que o pai da criança e suspeito pelo crime não estava no local. Segundo Antônia Cavalcanti, a intenção é conseguir a guarda do menino. “Eu quero morar com ele porque é a continuidade da minha filha, que foi tragada por uma monstruosidade. E ele precisa muito de mim, porque é um pedacinho do calor da mãe dele”, falou, emocionada, a avó materna.

De acordo com a delegada do GPCA, Cláudia Valadares, a Justiça deve determinar o futuro do menino. “Vai analisar os requisitos pra ver que tem mais condições de criar a criança”, contou. A população pode ajudar a encontrar menores desaparecidos fazendo denúncias através do telefone 3184-3579, exclusivo da GPCA. “São diversos casos e o contingente policial não tem como acompanhar diariamente porque teria que ter uma vigilância constante na casa da família do pai”, revelou a delegada.

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