Para tentar amenizar os efeitos da seca no interior de Pernambuco, uma ordem de serviço foi assinada na quarta-feira (30), em Pesqueira, para autorizar a construção de mais de 15 mil novas cisternas, que irão beneficiar, principalmente, os pequenos agricultores do Sertão e do Agreste. A previsão é de que as obras custem cerca de R$ 140 milhões.
A assinatura foi o primeiro passo para o projeto, que ocorre em parceria entre o governo e entidades que combatem os efeitos da seca. “A gente acredita que esse é um primeiro passo para tantas outras ações que podemos construir em parceria com o governo, mostrando concretamente que é possível, em uma relação entre estado e sociedade civil organizada, fazer com que essas políticas cheguem ao homem e mulher do campo e contribua diretamente com a qualidade de vida”, contou Neílda Pereira, coordenadora executiva da Articulação no Semi-Árido Pernambucano (Asa-PE).
Ao todo, serão construídas 15,5 mil cisternas, que beneficiarão 87 municípios, sendo 47 no Agreste e 40 no Sertão. Na primeira etapa do projeto, as obras acontecerão nas cidades de: Araripina, Santa Cruz, Exu, Ipubi, Serrita, Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Calumbi, Flores, Carnaíba, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Terezinha, Triunfo, Alagoinha, Sertânia, Tabira, Altinho, Cachoeirinha, Poção, Pesqueira, Cupira, Ibirajuba, Lagoa dos Gatos, Panelas, São Bento do Una e Lajedo.
A verba para a construção das cisternas será do Ministério do Desenvolvimento Social e do governo do estado. “O prazo é o mais rápido possível, para que a gente possa, ao longo desse ano, construir todas essas cisternas”, garantiu o governador Eduardo Campos.
O cadastramento das famílias que receberão os serviços será feita pelas instituições que vão administrar as obras. Algumas terão prioridade. “São para famílias que têm como chefe de casa uma mulher, com crianças de 0 a 6 anos, aposentados, deficientes, porque essas famílias são as que mais precisam, no semiárido, ter água para produzir”, contou Aldo Santos, secretário executivo de Agricultura Familiar.
A seca deste ano está sendo considerada a pior dos últimos 40 anos. De acordo com dados da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), em Pernambuco, existem 108 cidades em situação de emergência, entre elas 92 reconhecidas pelo governo federal. São 56 municípios do Sertão, 50 no Agreste e dois na Zona da Mata. Os agricultores dependem da ajuda de obras emergenciais para diminuir os efeitos da estiagem. “Vai ajudar o semiárido, que tanto sofre sem água. Vai ter meio mundo de coisa boa, se Deus quiser e Nossa Senhora”, disse o agricultor José Bezerra da Silva.
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