quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Após 17 dias de paralisação, Polícia Civil de PE decide suspender a greve Categoria acatou decisão do governo de só negociar com fim da mobilização. Servidores deverão voltar ao trabalho a partir das 8h desta quinta-feira (08)


Os policiais civis pernambucanos decidiram suspender a greve que faziam há 17 dias. A decisão foi tomada em uma assembleia  realizada nesta quarta-feira (08), na sede do sindicato da categoria, no Centro do Recife. Cerca de 350 pessoas participaram da votação. Os servidores de segurança deverão voltar ao trabalho a partir das 8h desta quinta-feira (09), de acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).

"Nós decidimos atender ao ofício encaminhado pela SAD [Secretaria de Administração] para estabelecer uma mesa de negociação, onde queremos discutir concretamente nossa pauta de reivindicações, inclusive questões que tenham repercussão financeira. Estamos suspendendo a paralisação para o governo não dizer que os policiais são intransigentes", disse o presidente do Sinpol, Cláudio Marinho.

Na segunda-feira (06) passada, o Sinpol recebeu um ofício do secretário estudal de Administração, Ricardo Dantas, informando que as negociações com os policiais civis estavam suspensas enquanto durasse a greve, que descumpre a decisão judicial que decretou a ilegalidade do movimento. A nota dizia que o governo do estado estava disposto a reabrir negociações, desde que houvesse suspensão do movimento.

Marinho informou que uma nova assembleia já está marcada para o dia 22 de agosto. "Se até lá, não houver negociação com o governo, a greve pode ser retomada", falou.

No dia 23 de julho, mesmo dia em que a greve foi iniciada, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Sílvio de Arruda Beltrão decretou liminarmente a ilegalidade da paralisação, com a retomada imediata de todos os serviços, atendendo a uma ação ordinária do governo estadual, sob pena de pagamento de multa diária no valor de RS 20 mil. Na última sexta-feira (03), por meio da Procuradoria Geral, o Estado solicitou aumento da multa para R$ 50 mil. O Sinpol recorreu da liminar na Justiça.

Entenda a greve
De acordo com o Sinpol-PE, a greve aconteceu após cinco meses de campanha salarial e seis assembleias, seguidas de paralisações, atos de protesto e passeatas. O estado tem aproximadamente seis mil policiais civis, sendo 500 delegados, 50 médicos legistas e 130 peritos criminais.

Os grevistas reivindicam correção da diferença salarial entre policiais em final de carreira e delegados em início de carreira (de 65%); melhoria nas condições de trabalho, redução da carga horária excessiva e fim do programa jornada extra, entre outros.

Inicialmente, 30% dos serviços essenciais foram mantidos, mas depois da decretação da ilegalidade da greve, os policiais resolveram deixar apenas três delegacias de plantão.O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal trabalharam normalmente. No Instituto de Identificação Tavares Buril, 30% do serviço foi mantido.

De acordo com a Chefia da Polícia Civil, o governo do estado, através das secretarias de Defesa Social e de Administração, já vinha cumprindo todos os acordos fechados com o Sinpol, inclusive com o anúncio do aumento no valor do programa Jornada Extra, uma das reivindicações do movimento. Por conta do decreto de ilegalidade da greve, a Chefia informou que as faltas serão descontadas no salário. Se o policial passar mais de 30 dias sem retornar ao trabalho, será aberto um procedimento para a demissão do servidor
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