Era por volta das 21h, quando, na rua Tchecoslováquia, um homem não identificado atirou e acertou vários tiros de pistola nas costas do menino. Em seguida, disparou um tiro "de misericórdia" no peito da criança.
De acordo com os policiais da Força-Tarefa Norte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), moradores locais afirmaram que David foi morto por estar vendendo maconha na localidade, onde o tráfico seria dominado por outro homem. A investigação ficará sob responsabilidade da Delegacia de Maria Farinha.
A família do menino, no entanto, diz que o crime não tem ligação com o uso ou o comércio de entorpecentes. Os parentes acreditam que o autor do assassinato é o ex-companheiro de uma irmã de David, que preferiu não ser identificada. Ele é policial militar e a teria ameaçado de morte com a arma de trabalho no último domingo (17), quando ela fugiu para outra cidade.
"É uma obsessão o que ele sente por mim. Já me bateu várias vezes, até no sábado antes de me ameaçar com a pistola. Denunciei duas vezes e isso só piorou a situação, talvez porque ele é policial. Ele só vai sossegar quando me matar. Meu sonho é que esqueça que eu existo para que eu possa ser feliz", lamenta a irmã de David.
Os irmãos dizem que o menino exercia a função de "aviãozinho" no tráfico de drogas local. "Ele procurou esse trabalho porque queria ser independente, mas era muito novo. Nós não queríamos que ele entrasse nesse meio ruim; o problema é que ele era muito teimoso. Vendia e não usava", explica a irmã, de 23 anos. Em maio, ela e outra irmã de David, Cecília, 21, perceberam o problema e solicitaram ao Conselho Tutelar a ida dele para um abrigo. O pedido foi negado. "Eles disseram que só poderiam fazer isso se o encontrassem com drogas", afirmou um dos irmãos, Felipe Henrique Florentino de Souza, 20, auxiliar de serviços gerais.
David nasceu no dia 31/12/1999 e, aos 12 anos, cursava o 6º ano do ensino fundamental em uma escola nas proximidades de onde vivia, de nome desconhecido pela família. Em 2011, deixou de morar com a mãe para viver em um abrigo e, em seguida, com duas irmãs. A mãe de David é acusada pelos filhos - 13, ao total - de agressão. "Ela não ficou com a guarda de nenhum. Nós, os mais velhos, saímos de casa para trabalhar, mas os mais novos tiveram que ficar com ela. Depois, os vizinhos denunciaram para o Conselho Tutelar", disse Felipe.
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