terça-feira, 24 de julho de 2012

Greve dos policiais civis de PE deve ser mantida até quinta, diz sindicato Sinpol afirma que não foi notificado ainda de ilegalidade julgada pelo TJPE. Assembleia da categoria já estava marcada e não deve ser adiantada.



Cláudio Marinho, presidente do Sinpol/PE (Foto: Katherine Coutinho/G1)Cláudio Marinho, presidente do Sinpol/PE
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
Os policiais civis de Pernambuco devem manter a greve, iniciada na madrugada da segunda-feira (23), até a assembleia da categoria, que já estava marcada para esta quinta (26), mesmo com o decreto de ilegalidade por parte do Tribunal de Justiça de Pernambuco e a afirmação do governo do estado de que os pontos serão cortados, de acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).
O presidente do sindicato, Cláudio Marinho, afirma que ainda não foi notificado da decisão da Justiça, que saiu na noite da segunda (23). “A decisão de suspender a greve ou de fazer qualquer tipo de manifestação só pode ser tomada em assembleia e o sindicato não vai adiantar essa data. Estamos preparando um vídeo, já que não podemos estar com todos os policiais ao mesmo tempo para explicar a situação”, informa Marinho.
O sindicalista conta ainda que tem recebido apoio dos colegas de classe. “Os policiais têm ligado, dando apoio. Fizemos tudo conforme a lei pede para evitar o decreto de ilegalidade, notificamos, publicamos edital, cumprimos os 30% de serviço essencial, divulgamos na imprensa o que ía funcionar. Isso não foi suficiente para o entendimento da Justiça. O governo afirma também que vai cortar o ponto, então vamos dividir o ônus da responsabilidade. Eles podem cortar e nós podemos não ir trabalhar, não nos dedicar tanto”, diz.
Marinho acrescenta que o movimento vai continuar e que a decisão de suspender a greve não é do sindicato. “Na assembleia, vamos deliberar em conjunto, analisar a postura do governo do estado e a decisão vai ficar para a categoria, com orientação do sindicato. Agora, vamos continuar passando nas delegacias, congregando os policiais a se manterem firmes”, avisa.
Ilegalidade
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), através de decisão do desembargador Sílvio de Arruda Beltrão, decretou a ilegalidade da greve dos policiais civis do estado na noite da segunda-feira (23). A multa para o descumprimento da volta imediata aos serviços é de R$ 20 mil por dia ao sindicato da categoria.

O magistrado comentou, na decisão, sobre o risco à segurança e à ordem pública que a greve representa. “A deflagração da greve da Polícia Civil, largamente divulgada pelo Sinpol-PE, se mostra como fato grave e pode, e certamente irá, gerar sérios e incalculáveis prejuízos à sociedade, na medida em que a Polícia Civil desenvolve um serviço público indispensável e essencial para a segurança pública, com abrangência em todo o estado”, aponta.
O pedido para declaração da ilegalidade da greve foi feito pelo governo do estado, que entrou com uma ação ordinária, ainda na tarde da segunda. O mérito do caso ainda será julgado.

A nota informa também que, em 2011, foram implantadas as 2ª e 3ª etapas do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), que constitui o enquadramento dos servidores na grade do plano por tempo de serviço e titulação, garantindo ganhos financeiros para 100% dos policiais civis. Para os exercícios de 2012, 2013 e 2014 serão concedidos reajustes de 8,4%, 8,14% e 14,55%, respectivamente.
Posicionamento do governo

Antes da decretação da ilegalidade da paralisação, por meio de nota à imprensa, a Secretaria de Administração (SAD) informou que os policiais civis em Pernambuco receberão, até 2014, reajuste de 47,34%. Esse número corresponde ao valor acordado entre o governo do estado e o Sinpol-PE, durante negociações realizadas no ano passado, disse a SAD.
O Diário Oficial do último sábado (21) publicou decreto governamental que altera o Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES). Segundo a nota, o programa incrementa o policiamento ostensivo e intensifica a operacionalidade das unidades especializadas da Polícia Civil. Um policial civil que aderir ao PJES poderá receber até R$1.440,00. Antes, esse valor era de R$ 387,18.
"O movimento grevista deflagrado pelo Sinpol descumpre o acordo fechado com o governo no ano passado para o quadriênio 2011-2014", diz a nota. A Secretaria de Administração (SAD) e a Secretaria de Defesa Social (SDS) vão publicar, no Diário Oficial desta terça-feira (24), portaria com instruções sobre o corte do ponto e apuração de responsabilidade por ações ou omissões dos grevistas
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