quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aumento de crimes homofóbicos preocupa instituições em PE Segundo ONG Leão do Norte, foram registrados 31 assassinatos em 2012. Diretor acredita que inexistência de leis mais rigorosas contribui.


Instituições que defendem os direitos dos homossexuais estão preocupadas com o aumento de crimes com características homofóbicas - que é quando há preconceito contra gays, lésbicas e travestis. De acordo com um levantamento da Organização Não Governamental Leão do Norte, no ano passado foram registrados em Pernambuco 31 assassinatos.
A dor não passou e nem vai passar para a enfermeira Eleonora Pereira. “Quando permanece a mesma a gente pensa que ela vai diminuir, ela não diminui, ela aumenta”, disse.
O filho de Eleonora foi assassinado no dia 17 de outubro de 2010. José Ricardo Pereira da Silva tinha 24 anos. Era homossexual e por este motivo teria sido morto a pancadas no bairro de Jardim São Paulo, no Recife. Os dois acusados de cometer o crime estão presos à espera de julgamento.
A história de José Ricardo faz parte de uma realidade inaceitável: os crimes motivados pelo preconceito contra gays, lésbicas, transexuais e travestis. Um levantamento da ONG Leões do Norte mostra que, em Pernambuco, em 2011, a homofobia resultou na morte de 18 pessoas. Esse número quase dobrou em 2012, quando foram registrados 31 homicídios.
Para o diretor da instituição, Wellington Medeiros, a inexistência de leis mais rigorosas contribui para que crimes desse tipo continuem acontecendo. “Ter políticas em que combatam não só a violência, mas combata principalmente a questão do preconceito”, ressaltou.
No ano passado, as organizações não governamentais apresentaram à Secretaria de Defesa Social 27 casos que teriam como motivação a homofobia. “Desses casos, o Departamento de Homicídios junto com as outras unidades do estado passaram a investigar com prioridade e chegamos a 51% desses casos remetidos à Justiça, e 81% dos 27, ou seja, 22 casos já com a motivação delineada. E nenhum desses casos há conotação homofóbica na subjetividade da atuação do autor. Nós temos como motivação principal o crime passional e a segunda motivação seria o latrocínio [roubo seguido de morte]”, explicou Joselito Kehrle, diretor de polícia especializada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário