A turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, foi a primeira mulher morta por um tubarão em Pernambuco desde que os ataques começaram a ser contabilizados, em 1992. Bruna foi mordida na tarde de segunda-feira (22), na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na altura do edifício Castelinho. Ela chegou a ser socorrida, teve parte da perna amputada - cerca de 15 centímetros acima do joelho -, mas morreu por volta das 23h30 no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Antes, o último ataque a uma mulher ocorreu em 2004 - a vítima perdeu parte dos glúteos, mas sobreviveu. Os dados são do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).
Na manhã desta terça (23), o corpo de Bruna Gobbi está sendo submetido a uma autópsia no Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife. Um tio, Davi Leonardo, que mora em Olinda, informou que vai ao IML ainda nesta manhã. A estudante visitava o Recife pela primeira vez - passava férias com a família. Ela chegou na última quinta (18) ao estado e voltaria para a capital paulista na próxima quarta (24). Bruna estava na praia de Boa Viagem com a mãe, a avó, primos que moram em Olinda e uma prima, Daniele Souza Gobbi, que estava no mar com ela, mas não foi atacada. "Sabíamos que havia riscos de ataque, mas eu não achava que seria tão no raso, e sim no fundo", comentou Daniele.
Não tivemos acesso nem a fotos do ferimento nem a pedaços de dentes que possam indicar qual a espécie. A gente especula, pela época e pelas condições, que tenha sido o [tubarão] cabeça-chata", afirma Rosângela Lessa, presidente do Cemit e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). "Houve um conjunto de condições que foram fatais", explica Rosângela. Entre elas estão o tempo chuvoso, a água turva, que atrai o tubarão cabeça-chata, a lua cheia e o mês de julho, época de mais ataques e temporada de férias.
Fora o caso de Bruna Gobbi, o Cemit contabiliza um total de 58 ataques de tubarão nos últimos 21 anos, com 24 mortes. 70,2% das vítimas tinham entre 14 e 25 anos. Além disso, 35,1% das ocorrências foram registradas durante o período de Lua cheia. Dos 59 ataques, 23 ocorreram na Praia de Boa Viagem e 17, na vizinha Praia de Piedade, situada no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR).No perímetro que compreende os 30 km da praia do Carmo, em Olinda, na Região Metropolitana, até a praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul, há 88 placas (44 pares). "Esse é o trecho mais densamente sinalizado. Não há como a pessoa dizer que foi mal informada, o assunto não é novo", explicou Rosângela. Segundo ela, o ataque de tubarão mata principalmente por causa da hemorragia. "Existe um excesso de confiança do pessoal em um certo grupo de idade que desafia a lógica. Mesmo com as advertências dos bombeiros, que teriam sido suficientes para evitar esse desfecho, elas continuaram dentro d'água", afirma Rosângela.
Médicos
A cirurgiã vascular do HR Maria Cláudia Albuquerque informou que a paciente chegou ao hospital com a pressão a zero, em um estado extremamente grave. "Foram feitas todas as medidas de suporte e ela foi levada ao bloco cirúrgico para uma avaliação. A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da musculatura e do tecido ósseo foram perdidos. Precisávamos de uma atitiude rápida para conter o sangramento e tentar salvar a vida da paciente", detalhou a médica. Bruna Gobbi perdeu uma quantidade de sangue muito grande em um período muito curto de tempo e sofreu várias paradas cardíacas.
A cirurgiã vascular do HR Maria Cláudia Albuquerque informou que a paciente chegou ao hospital com a pressão a zero, em um estado extremamente grave. "Foram feitas todas as medidas de suporte e ela foi levada ao bloco cirúrgico para uma avaliação. A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da musculatura e do tecido ósseo foram perdidos. Precisávamos de uma atitiude rápida para conter o sangramento e tentar salvar a vida da paciente", detalhou a médica. Bruna Gobbi perdeu uma quantidade de sangue muito grande em um período muito curto de tempo e sofreu várias paradas cardíacas.
Câmeras
O momento do ataque foi registrado pelas câmeras de monitoramento do projeto Segurança na Orla, da Secretaria de Defesa Social (SDS). As imagens mostram a movimentação de Bruna e Daniele no mar, além da chegada dos bombeiros e manchas de sangue na água após o ataque. No vídeo, dois bombeiros aparecem entrando no mar a nado para resgatá-las. Usando uma moto aquática, um terceiro bombeiro resgata as banhistas. Depois, todos saem em direção à faixa de areia. Em nota, a SDS informou que o salvamento e resgate das vítimas durou menos de dois minutos. "Os bombeiros vieram em coisa de cinco minutos, mas se tornou como se fossem cinco anos em nossas vidas", afirmou a prima de Bruna, Daniele, muito emocionada.
O momento do ataque foi registrado pelas câmeras de monitoramento do projeto Segurança na Orla, da Secretaria de Defesa Social (SDS). As imagens mostram a movimentação de Bruna e Daniele no mar, além da chegada dos bombeiros e manchas de sangue na água após o ataque. No vídeo, dois bombeiros aparecem entrando no mar a nado para resgatá-las. Usando uma moto aquática, um terceiro bombeiro resgata as banhistas. Depois, todos saem em direção à faixa de areia. Em nota, a SDS informou que o salvamento e resgate das vítimas durou menos de dois minutos. "Os bombeiros vieram em coisa de cinco minutos, mas se tornou como se fossem cinco anos em nossas vidas", afirmou a prima de Bruna, Daniele, muito emocionada.
Bombeiros alertaram para risco
Rosângela Lessa também disse ao G1 que a família de Bruna Gobbi foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar. "A família foi abordada pelos bombeiros, que explicaram que era uma área em que havia possibilidade de ataques e pediram que saíssem da água. Eles então ficaram monitorando [o grupo] do posto de observação, tanto que chegaram ao ponto rapidamente, quando o ataque ocorreu", explicou
.
Rosângela Lessa também disse ao G1 que a família de Bruna Gobbi foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar. "A família foi abordada pelos bombeiros, que explicaram que era uma área em que havia possibilidade de ataques e pediram que saíssem da água. Eles então ficaram monitorando [o grupo] do posto de observação, tanto que chegaram ao ponto rapidamente, quando o ataque ocorreu", explicou
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário