Parentes de um homem que está preso em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, desde março deste ano, dizem que ele é inocente. Cícero Roberto da Silva estaria preso porque tem o mesmo nome do suposto autor de um crime ocorrido em 1997, em Sertânia, também no Sertão. Uma audiência de instrução sobre o caso foi realizada nesta segunda-feira (26) na cidade.
Ele está preso no Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, desde 22 de março deste ano. O drama do funcionário público, só aumenta o sofrimento da família. Ao vê-lo tão perto, irmãs, mãe e mulher, não conseguiram conter as lágrimas. “Quero que Deus aboençõe, que ele vá pra casa, que minha mãe tá sofrendo muito e a gente também”, disse Josefa Rodrigues da Silva, irmã de Cícero. A mãe de Cícero garante que o filho nunca cometeu nenhum crime. “Quero que ele se solte, que ele é inocente, ele não deve nada. Ele nunca matou, nunca deu em ninguém e nunca roubou”, diz.
De acordo com o advogado de defesa, Rui Brasiliano, Cícero tem mesmo nome e sobrenome de uma outra pessoa suspeita do assassinato. O crime ocorreu em 12 de abril de 1997. O suposto autor da morte de um homem na área rural de Sertânia, teria voltado para casa de familiares em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste pernambucano, logo após o crime que matou Valdemir Babosa do Amaral.
Ainda de acordo com a advogado, o verdadeiro autor do crime já morreu e era 12 anos mais velho do que o Cícero Roberto que está preso. A defesa procura mostrar que houve um erro de identidade.
A juíza Maria da Conceição Godoy, preferiu não se pronunciar sobre o caso. Ela substitui temporariamente a titular da vara, juíza Ana Veras, que está de férias. Esta é uma Audiência de Instrução, para que a magistrada analise o processo e fique bem informada sobre os fatos.
Cícero ainda é citado em um segundo processo, também por assassinato, onde o autor já confessou ser o único responsável pela morte de um homem, também em 1997. Ele, aliás, já cumpriu pena. “Já houve um julgado que é José Adeilton Bezerra dos Santos. Ele confessou o crime, já cumpriu pena e está livre. Então, eu não vejo como, querer reincluir o Cícero que à época não foi pronunciado. Então na minha defesa preliminar, que não vai ser nesta segunda, eu vou pedir também sumariamente a sua absolvição”, completou Brasiliano.
Três testemunhas solicitadas pela promotoria de Justiça não foram encontradas para comparecer a audiência desta segunda-feira. Por isso, uma nova audiência será marcada. A data só será definida quando as testemunhas forem localizadas
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