sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Procuradoria do estado pede aumento de multa contra policiais O órgão também solicitou ao TJPE a retenção dos valores da multa. Decretada ilegal no mesmo dia em que foi decretada, greve já dura 11 dias


O Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do estado, tentou mais uma medida para terminar com a greve dos Policiais Civis, nesta sexta-feira (3). O órgão enviou uma solicitação ao Tribunal de Justiça (TJPE), pedindo o aumento da multa diária de R$ 20 mil para R$ 50 mil ao Sinpol/PE (Sindicato dos Policiais de Pernambuco) e a retenção e repasse dos valores acumulados desta multa ao governo, em razão do descumprimento da ordem judicial que obriga os policiais a encerrar a greve. A paralisação já dura 11 dias.

"Já existe uma multa diária de pelo descumprimento de uma ordem judicial para terminar a greve, e essa multa solicitada não foi suficiente, por isso ela tem de ser majorada", explicou o Procurador Thiago Norões.
No dia 23 de julho, mesmo dia em que a greve foi iniciada, o TJPE decretou a ilegalidade da paralisação. O valor - que ainda será calculado pela Procuradoria - deve ser retirado de uma contribuição sindical que os agentes repassam todo mês ao Sindicato dos Policiais (Sinpol/PE).
Cláudio Marinho, presidente do Sinpol/PE, afirmou que a categoria não está surpresa com a decisão. "É o governo que se diz socialista e procura usar da força para impedir, de todas as formas, as reivindicações de uma categoria. Mas estamos muito tranquilos, eles podem usar a força para que os policiais retornem ao trabalho, mas é preciso questionar se esses agentes vão produzir o suficiente para que o governo continue aumentando os índices do Pacto pela Vida, por exemplo. (...) Se não podemos reivindicar através do sindicato, algo comum a qualquer trabalhador, vamos utilizar de outro mecanismo, que é o trabalho, para mostrar que com ou sem greve não há mais comprometimento em atingir metas. (...) Acho que todas essas reações do governo têm um preço, e vamos mostrar mais uma vez que a categoria é coesa, e eles não vão conseguir demover a consciência dos policiais".
Marinho informou, ainda, que caso o TJPE aceite a solicitação da Procuradoria Geral, o Sinpol/PE deve realizar uma nova assembleia, a fim de decidir sobre a continuação ou não da greve.

A categoria pede correção da distorção salarial entre policiais em final de carreira e delegados em início de carreira, que é de 65%. Além disso, eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho, redução da carga horária e fim de jornada extra, entre outros pontos.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário