terça-feira, 20 de novembro de 2012

Polícia volta aos locais onde jornalista goiano esteve antes de morrer, em PE Delegada vai visitar praia e estabelecimento onde jovem ficou hospedado. Corpo de Lucas Fortuna, de 28 anos, seguiu nesta terça (20) para Goiás.



A delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, assumiu nesta terça-feira (20) as investigações sobre a morte do jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna, de 28 anos, encontrado morto domingo (18), na praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife. Nesta terça, a delegada deve ir até o trecho da praia onde o corpo de Lucas foi recolhido e visitar os locais por onde a vítima passou.

"Iremos identificar tudo, com quem ele estava. Iremos ao local onde ele ficou hospedado, vamos ver se tem câmera lá, vamos ver se há câmeras próximas. Às vezes, um comércio perto do local tem câmera. Então, precisamos ir ao local para ver o que tem lá que possa nos ajudar na investigação", explicou a delegada. Ela ressaltou que nenhuma hipótese foi descartada. "A gente tem que investigar se foi homicídio, latrocínio, afogamento ou mesmo um acidente. Absolutamente nada pode ser descartado. Estamos começando agora as investigações. Preciso de um conjunto probatório para dizer o que aconteceu", afirmou.
Na segunda (19), o diretor de Operações de Polícia Especializada, Joselito Amaral, informou que pediu ao Instituto de Medicina Legal (IML) exames complementares para esclarecer se Lucas Cardoso morreu por afogamento acidental ou homicídio. A certidão de óbito emitida pelo IML, na tarde desta segunda-feira (19), apontou asfixia por afogamento. A dúvida surgiu porque o cadáver tinha várias lesões. O pai da vítima, Avelino Mendes Fortuna, disse que o filho estava "todo machucado, com o rosto deformado".
Delegada Gleide Ângelo (Foto: Katherine Coutinho/G1)Delegada Gleide Ângelo espera resultados de exames
do IML (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Segundo Gleide Ângelo, ainda não há prazo para que os exames solicitados sejam entreges. "Depende da complexidade. Todos os exames necessários já foram solicitados ao IML. Estamos esperando. Vamos ouvir testemunhas, ir lao local, ver a dinâmicar, ver como aconteceu, onde ele estava. Tudo isso a gente tem que fazer para que a gente entenda, chegue a uma conclusão do que aconteceu com a vítima", detalhou a delegada.
Exames
Ao IML, foram solicitados exames de DNA, toxicológico, sexológico e subungueal (para coletar possíveis materiais embaixo das unhas), além de um detalhamento das lesões encontradas no corpo do jornalista. "É preciso lembrar que os exames são apenas uma parte da investigação. Ele pode ter morrido afogado, mas alguém tê-lo afogado. Assim como outras possibilidades existem. Os exames vão me ajudar e muito, mas a investigação vai muito além disso", acrescentou Gleide.
O pai de Lucas também disse que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República enviou um representante para acompanhar as investigações. Lucas Cardoso era árbitro de voleibol e militante de movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais. Ele estava no Cabo de Santo Agostinho para participar de uma competição de vôlei. O corpo foi encontrado na praia de Calhetas, apenas de cueca, e tinha marcas de espancamento. Amigos do jornalista acreditam que o assassinato pode ter sido motivado por homofobia.
Amigo do goiano, o ativista do movimento LGBT Luciano Freitas acredita que a morte está relacionada com crime de ódio. O motivo para a desconfiança é o fato de o corpo ter sido encontrado apenas de cueca. Ainda segundo o amigo, Lucas teria conseguido, no sábado (17) à noite, remarcar para terça (20) a passagem de volta para Goiás. Inicialmente, a viagem estava prevista para domingo (18). Colegas o teriam visto pela última vez na noite do sábado e só deram falta na manhã seguinte, quando tinha que apitar uma partida.
Velório
O corpo de Lucas saiu do Recife em um voo comercial por volta das 5h desta terça (20) e deve chegar em Goiás por volta de 13h, de acordo com o diretor da Federação de Voleibol do Estado de Pernambuco, Luiz Antônio Barbosa, que acompanha a família do jornalista desde o início. “O pai dele saiu daqui em um voo às 6h57 e deve chegar em Goiânia às 16h30, por causa da conexão. Chegando lá, ele vai levar o corpo do filho para a cidade de Santo Antônio de Goiás”, contou Barbosa.

O município onde vai ocorrer o velório fica a aproximadamente 15 km de Goiânia. “O sepultamento ainda não tem horário. O pai queria enterrá-lo o quanto antes, mas nós conversamos hoje [terça] de manhã, quando fui deixá-lo no aeroporto, e ele ainda precisa organizar tudo, o enterro deve ficar para amanhã [quarta], não vai dar tempo de fazer hoje”, acredita Barbosa
.

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