Suspeito do crime foi abraçado por parentes ao sair do
Cotel (Foto: Wanessa Andrade/TV Globo)
O suspeito de matar o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, assassinado a tiros em 14 de outubro, no Agreste de Pernambuco, foi solto na tarde desta quarta-feira (18). Edmacy Cruz Ubirajara havia sido detido dois dias após o crime e estava no Centro de Triagem (Cotel) de Abreu e Lima, Grande Recife. A liberdade provisória foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE). A decisão, expedida na última segunda (16), é do juiz da 5ª Vara Criminal, Diógenes Barreto. A vítima tinha 36 anos e seguia para a cidade de Itaíba quando foi morta com disparos de espingarda calibre 12.Cotel (Foto: Wanessa Andrade/TV Globo)
Apesar de o crime ter ocorrido em Pernambuco, o processo corre na Justiça sergipana porque o suspeito de matar o promotor já respondia a outra ação por homicídio qualificado naquele estado. Após a decisão do magistrado, o TJSE enviou o álvara de soltura através de carta precatória para o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O documento foi encaminhado para a Comarca de Abreu e Lima, que na tarde desta quarta enviou uma oficiala de Justiça ao presídio.
Na época do assassinato de Thiago Faria, o Ministério Público de Pernambucox(MPPE) pediu a prisão preventiva de Edmacy Ubirajara alegando que ele tinha voltado a praticar outro delito de natureza grave no estado. No entanto, após os advogados do suspeito terem pedido a liberdade provisória, o MPPE fez nova análise e informou ao magistrado “que não mais subsistem os requisitos para segregação cautelar do indigitado posto que não houve até o momento deflagração de ação penal em desfavor do acusado perante a Justiça pernambucana”.
Promotor trabalhava na Comarca de Itaíba, no Agreste
(Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
No despacho, o juiz Diógenes Barreto destacou que “o principal dado concreto que motivou a ordem restritiva foi a suposta prática, pelo réu, de novo delito na Justiça pernambucana. Porém, a consequência lógica daquelas investigações seria a propositura da respectiva ação penal. Conforme noticiado pelo Ministério Público, isso ainda não ocorreu. A demora em deflagrar a ação penal realmente gera incerteza quanto a autoria delitiva/participação de Edmacy no crime. Diante do exposto e tudo que dos autos consta, defiro o pleito de revogação da custódia cautelar do denunciado, devendo a autoridade policial colocá-lo imediatamente em liberdade”.(Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
Procurada pelo G1, a Polícia Civil de Pernambuco informou que não vai se pronunciar sobre as investigações nem dar detalhes sobre o andamento do inquérito, que ainda não foi concluído. O MPPE também afirmou que não vai falar sobre o caso.
Entenda o caso
O promotor Thiago Faria foi assassinado com quatro tiros de arma calibre 12 e morreu dentro do carro que dirigia. Ele seguia para a cidade de Itaíba, Agreste pernambucano, pela rodovia PE-300. Thiago era noivo da advogada Mysheva Martins. Ela e o tio estavam no veículo conduzido pelo promotor, mas escaparam sem nenhum ferimento.
José Maria, suspeito de ser o mandante do crime, está
foragido (Foto: Katherine Coutinho/ G1)
Mysheva é a principal testemunha do caso. Em depoimento à polícia na época do crime, ela disse que se escondeu e conseguiu fugir.foragido (Foto: Katherine Coutinho/ G1)
A principal linha de investigação aponta para uma discórdia sobre a posse da Fazenda Nova, que fica em Águas Belas, também no Agreste, arrematada em um leilão pela noiva da vítima. José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o posseiro das terras, teve de deixar o local depois de uma ação judicial. Por causa de uma dívida trabalhista na Justiça Federal, Mysheva Martins conseguiu comprar a sede da fazenda. Nesse processo, ela teria recebido ajuda do noivo, o promotor Thiago Faria. Na desapropriação, ele esteve na fazenda com um oficial de Justiça. Irritado com o caso, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, segundo a polícia, teria encomendado a execução do promotor. Até o momento, José Maria encontra-se foragido.
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