domingo, 7 de julho de 2013

Não Sou Herói Ou Xerife, Apenas Faço Cumprir À Lei”, Diz O Delegado


DSC_0001Os relevantes trabalhos do delegado Luiz Bernardo Moraes, que atua em Pesqueira, o colocam como exemplo profissional e destaque na região quando o assunto é o trabalho da polícia. Dr. Luiz Bernardo completou 34 anos semana passada e, em quase três anos de atuação à frente da corporação da Polícia Civil, já se tornou exemplo de garra e determinação, conquistando o respeito da população, da sociedade civil organizada, do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Apaixonado pela profissão, o delegado credita o sucesso das operações em que lidera à competência de toda a sua equipe, bem como ao trabalho incansável da Polícia Militar, que tem sido fundamental para que o crime organizado seja combatido, e o apoio recebido da população que tem contribuído com denúncias anônimas.
Ao longo de sua atuação em Pesqueira recebeu, merecidamente, o reconhecimento da sociedade local. A Câmara Municipal, através do vereador Severino Leite (PT), aprovou Voto de Aplausos ao delegado por relevantes serviços prestados à comunidade, bem como pela idealização da Campanha Sou Pesqueirense, Sou da Paz, que trouxe uma redução significativa na criminalidade. O Rotary Club, além dos comandos das polícias Civil e Militar, também entregaram títulos ao delegado pelo “excelente trabalho realizado no enfrentamento à violência em Pesqueira”.
De personalidade calma, mas com o rigor de um chefe de polícia, Dr. Luiz Bernardo Moraes tem como prioridade combater os crimes de proximidade, além de manter a ordem e os bons costumes em todo o município. “O crime não compensa”, diz ele, lembrando o velho jargão conhecido pelos delinquentes, mas que muitos ainda teimam em não segui-lo. Em entrevista à reportagem do InformePE, o delegado dá uma verdadeira aula de cidadania e afirma, categoricamente, que toda a sociedade local vem contribuindo para a redução dos índices de criminalidade em Pesqueira. Fala ainda sobre o combate ao tráfico de drogas e do trabalho preventivo que se faz para impedir que crianças e jovens enveredem pelos tortuosos caminhos do crime.
Desde a chegada do delegado, deu-se início a um trabalho preventivo que atualmente colhe seus frutos: redução da criminalidade, violência quase zero, respeito à Lei do Silêncio e combate aos crimes de proximidade. Outras ações virão em breve, mas o delegado sempre quando se fala nos resultados, credita o sucesso a toda sua equipe. Com praticamente os mesmos recursos materiais e humanos de outras delegacias do interior de Pernambuco, a verdade é que Pesqueira vive dias de paz e comemora a vertiginosa queda dos índices de violência. Outras cidades “já olham com inveja” para os ótimos resultados obtidos, mas o delegado diz apenas que “faz seu trabalho” e nunca pensou em recompensas. “Sou apenas um funcionário do povo”, diz, humildemente. Confira a entrevista:
RECONHECIMENTO
“As honrarias recebidas deve-se ao grande trabalho em parceria desenvolvido em Pesqueira na redução da criminalidade e na queda do número de homicídios. Sem o apoio fundamental do Poder Público Municipal e da sociedade civil organizada, além de toda minha equipe, não teria sucesso. Credito e divido essas homenagens com toda a sociedade. Houve um trabalho de conscientização da população e isso contribuiu para a diminuição dos índices de violência. A nova gestão foi implantada visando a pacificação com o modelo de polícia comunitária. Houve êxito e estamos vivendo dias de paz. A Parceria com a PM foi fundamental nesse trabalho. A união faz a força e nós conseguimos trabalhar harmoniosamente com todo o efetivo.
CAMPANHA
“A campanha ‘Sou Pesqueirense, Sou da Paz’ foi idealizada com o grande objetivo de reduzir ou extinguir os crimes de proximidade, aqueles praticados por intolerância das pessoas, por motivos fúteis, banais, que poderiam ser resolvidos mediante o diálogo e acabam em morte. Todos os homicídios praticados na cidade esse ano teriam ocorrido dessa forma. Então, decidi implantar a campanha e toda comunidade local, a prefeitura e todos os segmentos da sociedade civil organizada, se integraram e o resultado foi excelente. Após a deflagração da campanha, não foi registrado nenhum crime de proximidade na cidade. Ficamos 53 dias sem homicídio, um marco inédito para Pesqueira. A campanha é contínua e vamos realizar outras visitações às comunidades, palestras em escolas, em associações e para todos aqueles que tiverem interesse de saber do trabalho realizado pela polícia civil, como é feita nossa atuação e como podem ajudar.
APOIO DAS COMUNIDADES
A participação das comunidades nessa campanha é de fundamental importância para o êxito da pacificação. A ação foi muito bem aceita pelos moradores e nós, ao invés de reprimir, queremos prevenir tais crimes. Muitos acham que a ação policial é puramente de reprimir. Precisamos alertar toda a comunidade para gerar ações que previna os crimes. Temos que matar o mal pela raiz. Muitos acham que às vezes é mais fácil remediar do que prevenir, quando deve ser o contrário. Diante isso, a ação de prevenção foi idealizada. A sociedade retribuiu de uma maneira positiva. As comunidades viram que, contribuindo com a campanha, poderemos viver em um município melhor para todos, sem violência. A violência, que gera violência, é um câncer na sociedade e precisamos extirpa-lo do nosso meio. Muitas pessoas vêm para o interior justamente para fugir da violência urbana e, em nossa cidade, a criminalidade estava avançando, mas graças ao empenho de todos, os índices foram reduzidos. Meu objetivo final é deixar Pesqueira com criminalidade zero, ou similar a zero e isso vai melhorar a qualidade de vida das pessoas. Quero deixar Pesqueira como uma cidade-referência em qualidade de vida, no bem-estar. Isso, consequentemente, vai atrair novos investimentos, novas empresas, novos turistas e novos empregos. Toda sociedade e a economia ganha com isso.
PROXIMIDADE
Quando perguntado sobre os mecanismos utilizados para prevenir ou reduzir o crime de proximidade, o delegado afirmou que “realmente, é um dos mais difíceis de ser controlado”. A polícia, disse ele, não tem como fiscalizar todos os conflitos íntimos das pessoas. “Numa briga de marido e mulher, numa confusão de trânsito, discussão em campo de futebol, em bebedeiras, não tem como a polícia estar presente em tempo real. Isso fica difícil prevenir, evitar. Temos que utilizar a informação, os diálogos, embutir na cabeça das pessoas para contar até 10 antes de tomar uma decisão violenta. A tolerância do indivíduo é muito pessoal, não tem como a polícia vigiar isso, não temo como mudar a intolerância das pessoas. Tem que ser com orientação e informação”.
CONSCIENTIZAÇÃO
O delegado diz que a redução dos índices foi graças a conscientização da sociedade. “Foi uma parceria. A sociedade quer uma cidade sem violência. Difundir, propagar a campanha e orientar as pessoas foi fundamental para reduzir os casos de violência.
LEI DO SILÊNCIO
Um dos graves problemas enfrentados pelas policias de Pesqueira sempre foi coibir o desrespeito à Lei do Silêncio. Na gestão do Dr. Luiz Bernardo, isso mudou. Segundo ele, esses casos são também falta de orientação. Merecia uma ação conjunta, que foi feita juntamente com a polícia militar e o Mistério Público. “Muitas pessoas de várias localidades de Pernambuco questionam como Pesqueira consegue cumprir a Lei do Silêncio e coibir a pirataria, crimes que continuam a acontecer nas cidades vizinhas. Digo sempre que a mobilização das policias civil e militar, do Ministério Público foi fundamental para coibir esses crimes. Para alguns, soa como ação repressora, soa como cercear o direito de individualidade, mas para a grande maioria a Lei do Silêncio cumprida trouxe benefícios enormes. Muitos, de outros municípios têm uma visão positiva de Pesqueira e até aplaudem nossa cidade. Os poderes constituídos cumprem as leis e a sociedade colabora. É isso que ocorre em Pesqueira. Não é nenhum milagre, não é mágica. A Lei do Silêncio não veio a existir após a data que assumi a delegacia de Pesqueira. É Lei antiga. Precisa ser cumprida seja qualquer um que ocupe o cargo. Chega a ser um absurdo em algumas cidades. Em Pesqueira, toda sociedade não tolera esse abuso. Nós estabelecemos medidas para que vivamos em uma comunidade onde os direitos são respeitados. Para quem coloca o som em alto volume, não observa que na vizinhança existem idosos, recém-nascidos, enfermos. Essa prática é coibida em Pesqueira e a própria comunidade já vigia isso e denuncia os abusos. A polícia apenas cumpre sua obrigação.
REPRESSÃO
Ao ser questionado sobre a ação policial contra os vendedores de DVD’s piratas, sobre a apreensão de equipamentos de som em alto volume em via pública, no confisco de aparelhos e na detenção de algumas pessoas, o delegado destacou que “antes da repressão policial foi realizado, pela própria polícia e pelo Ministério Público, um trabalho de orientação antes mesmo de eu assumir a delegacia de Pesqueira”. A promotoria, completa, organizou a distribuição de cartilhas e divulgou nas rádios informativos sobre a Lei do Silêncio e contra a pirataria. “Até um audiência pública foi realizada sobre a Lei do Silêncio. Tomamos medidas mais enérgicas porque os abusos vinham sendo praticados. Em São Paulo, por exemplo, um vizinho matou um casal devido a uma discussão sobre alto volume e depois cometeu o suicídio. Antes de chegar a esse ponto aqui em Pesqueira, nós fizemos cumprir as leis”.
NÚMEROS SURPREENDENTES !
O delegado de Pesqueira apresentou números surpreendentes sobre a redução da criminalidade, a ação policial contra a pirataria, a aplicação da Lei do Silêncio e contra os crimes de proximidade. A reportagem do InformePE quis saber se a polícia dispõe de efetivo e viaturas suficientes para realizar todo esse trabalho com êxito. Ele respondeu que “aqui em Pesqueira temos um efetivo reduzido, já esteve melhor tanto de viaturas quanto de policiais. Particularmente gostaria de mais agentes, mais escrivães, mais viaturas, e até mesmo de um outro delegado, para contribuir com o trabalho que nós estamos realizando. O fato de não contar com material humano e logístico da maneira que eu gostaria não vai impedir que eu desenvolva o trabalho da forma mais proveitosa possível, com os recursos que me dispuseram aqui. Quando nós juntamos as forças com a polícia militar nosso efetivo aumenta. Muitas vezes é melhor ter qualidade que quantidade. Nós qualificarmos nosso efetivo, gerir nosso pessoal de maneira otimizada, equalizada e direcionada para a elucidação dos crimes, conseguimos obter resultados positivos. Não que se houvesse mais efetivo, mais viaturas e mais logística, seria pior. Certamente nossos resultados seria melhores com mais recursos, mas estamos trabalhando com o que temos. Buscaremos reforços, lutaremos por mais pessoal e queremos até uma Delegacia de Plantão em nossa cidade. Mas tudo isso é resolvido através da política, não cabe a mim questionar.
CIRCUNSCRICIONAL
O fato da Delegacia de Pesqueira não ser uma unidade seccional também motivou uma pergunta da reportagem e Dr. Luiz Bernardo respondeu assim: “Ultimamente veio à tona a questão da delegacia de Pesqueira ser transformada em uma seccional, mas nada de concreto foi apresentado até o momento. Não tenho como avaliar algo que ainda é abstrato. Mas acredito que seria de grande valia para o município. Já que existe um companhia independente da Polícia Militar, seria muito bom que existisse um seccional da Polícia Civil em Pesqueira, por que possivelmente se criaria uma Área Integrada de Segurança e isso traria mais efetivo para a cidade.
E PESQUEIRA, COLABORA?
“Desde a minha chegada aqui na cidade só tenho a agradecer o empenho, a ajuda de todos os setores da sociedade. A comunidade ajuda sim, é parceira. Agradeço ainda as honrarias que foram fornecidas a mim e a toda equipe, sou grato a Pesqueira. Trabalhamos de forma integrada e isso vem dando resultados positivos à comunidade. As comendas que a mim foram entregues também dedico a todos os policiais sejam civis ou militares, além de todo o Governo Municipal que contribui e a todos que de alguma forma sempre ajudaram o trabalho incansável da Policia Civil em Pesqueira”.
E AGORA?
O índice de criminalidade realmente foi drasticamente reduzido em Pesqueira. Como fazer para mantê-lo? “Os índices de violência foram estabilizados”, diz o delegado, informando que a grande batalha agora é para permanecê-lo baixo. Temos que pensar no futuro a todo o momento. Temos que manter o trabalho e continuar com as campanhas de orientação. O trabalho de intolerância à venda de DVD’s piratas, o cumprimento à Lei do Silêncio serão mantidos, bem como a campanha Sou Pesqueirense, Sou da Paz, podendo ser estendida à prevenção de outros crimes. As ações vão continuar. Vamos trabalhar ainda para a solução dos crimes que foram cometidos o passado. As investigações continuam. Vamos reprimir os crimes que foram cometidos, fazer valer a Lei sem distinção de credo, cor ou condição social, para que as pessoas tenham a consciência de que se cometer algum crime em Pesqueira, com certeza será devidamente punido. O Crime não compensa”.
BALANÇO DOS EVENTOS
O Jornal InformePE também pediu que o delegado fizesse um balanço dos últimos festejos em Pesqueira. “O São João foi absolutamente calmo, um reflexo da conscientização da sociedade. O Carnaval idem e as eleições foram tranquilas. Temos notados que a orientação sobre a manutenção da paz e da ordem nas festividades em Pesqueira vem surtindo efeito. Os casos isolados foram cometidos por pessoas de fora”, concluiu. 
Do informe Pesqueira

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